O que são os Sindicatos de Investimentos e como eles funcionam?

SMU Investimentos
4 min readJun 25, 2021

Em 2017, mais precisamente no dia 13 de julho, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Instrução CVM Nº 588, que regulamenta a captação de dinheiro para empresas de pequeno porte via crowdfunding — o nosso já conhecido crowdfunding de investimento, que pode ser facilmente acessado via plataformas online, como a SMU, responsáveis por conduzir as negociações e realizar a oferta pública de quotas ou ações de startups.

A Instrução 588 também trouxe consigo uma figura muito importante, um instrumento que possibilita o agrupamento de investidores. Trata-se do Sindicato de Investimento Participativo. Esse sistema já era bastante conhecido no Brasil no ramo imobiliário e, em países da Europa e nos Estados Unidos, é visto como uma tendência crescente.

Apesar da similaridade do nome, vale ressaltar que um sindicato de investimentos nada tem a ver com os sindicatos trabalhistas — aqueles que protegem os direitos dos trabalhadores de uma categoria, negociando diretamente com os empregadores fatores como aumentos salariais, benefícios e horários de expediente, entre outras questões. O nome foi traduzido do inglês “syndicated investment”, que se traduziria melhor como uma organização ou união de pessoas.

Participar de um sindicato de investimento, então, nada mais é do que co-investir, fazer parte de um grupo que tem o mesmo objetivo: realizar investimento em sociedades empresárias de pequeno porte, compartilhando também os mesmos riscos, as mesmas oportunidades e os mesmos benefícios. Assim, a soma de todo o aporte de um sindicato representa a capacidade de investimento daquele grupo em um único negócio ou até mesmo em uma carteira diversificada.

Para viabilizar essa modalidade, o sindicato deve ser representado por um líder, que fará a ponte entre os investidores e as startups.

O investidor líder

Podemos dizer que o investidor líder funcionará como um porta-voz, investindo em nome do grupo. Por conta disso, para atuar como essa figura central, o representante deve ser uma pessoa física ou jurídica com comprovada experiência na liderança de rodadas de investimento e autorizada a liderar um sindicato de investimento participativo por instituições financeiras e demais entidades do Sistema Financeiro Nacional.

O investidor líder precisa preencher também alguns outros requisitos, como não ser sócio ou exercer qualquer cargo na empresa a ser investida anteriormente à oferta, realizar aporte de recursos próprios de pelo menos 5% do valor alvo de captação, não ter sido condenado por crimes financeiros ou de ordem econômica, e não ter sofrido nenhuma punição de órgãos reguladores como o Banco Central, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a própria CVM.

O líder também deve ser um facilitador dentro do grupo. Ele tem como função, por exemplo, reduzir a assimetria da informação, ou seja, garantir com que todos os interessados possuam o mesmo nível ou quantidade de informações sobre os negócios e transações.

Cabe ao líder apresentar relatórios de performance da empresa e organizar o quadro acionário, para, assim, facilitar as operações quando houver eventos de liquidez. Essa figura não só pode, como também deve atuar junto à startup, aplicando seus conhecimentos e experiência com o objetivo de aumentar as chances de sucesso dos negócios.

Win-win

Podemos dizer que a escolha de investimento por meio de um sindicato é uma situação de ganho dos dois lados: para a empresa a ser investida, além da captação do aporte, alguns pontos como interlocução com apenas um sócio e a possibilidade de ter a próxima rodada de captação facilitada na modalidade Venture Capital aparecem como importantes benefícios.

Uma das principais vantagens do sindicato de investimentos, aliás, é evitar um cap table desequilibrado — quando as empresas ficam com um número de acionistas muito poluído. O modelo de crowdfunding pressupõe, de fato, que serão muitas pessoas investindo. Mas quando é criado um sindicato que representa um bom número de acionistas e investe em nome de uma única entidade, temos um cenário em que menos pessoas disputam a participação na startup e essa melhor organização atrai, inclusive, a atenção de fundos de investimentos em rodadas futuras.

Para os investidores, considerando a expertise e influência de um profissional capacitado, como mencionado acima, contar com um bom líder significa ter os riscos minimizados. Outras vantagens consistem em ter uma maior influência na empresa investida e poder ter acesso às melhores oportunidades em primeira mão.

Por conta disso, a SMU não só vincula os investidores a um investidor líder em todas as ofertas — para proporcionar sempre uma maior e mais embasada confiança ao investir em um segmento inovador –, como assume o papel de investidora líder de todos os sindicatos criados em sua plataforma, investindo ao lado dos apoiadores e liderando também os direcionamentos no pós-investimento. O objetivo da SMU é ser o motorista da jornada de investimentos para que os seus clientes apreciem a vista sem precisar se preocupar com a rota.

Os modelos de sindicato adotados pela SMU são baseados em referências estrangeiras. São elas a nominee structure (estrutura de representação), que é adotada durante a oferta pública do sindicato, quando os investidores acessam a oferta por meio da plataforma. E a loan-based, uma forma de contribuir com recursos financeiros para que alguém atue em seu nome, que é realizada antes da oferta pública.

E aí? Deu para entender o que são os sindicatos de investimentos? Confira também o episódio do podcast SMU Educa sobre o tema.

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